Perfis gastronômicos conquistam seguidores na capital

Eles dão as melhores dicas sobre os lugares para se comer e beber em São Luís

Reprodução

Foto: Karlos Geromy/ O Imparcial

Com mais de 15 mil seguidores o perfil Foodie São Luís surgiu em 2015, criado pelo administrador Rodrigo Silva, que meses depois convidou o primo e advogado Christiano Duailibe para ajudar nas publicações. Eles incluíram na rotina esse tipo de tarefa, após Rodrigo perceber a necessidade de ter informações sobre restaurantes da cidade, algo que já existia em outros lugares.
“Eu trabalhava como hoteleira e muitas pessoas não conheciam direito quais os locais indicar e, se falavam o nome de algum lugar, nunca tinham ido comer. Olhando as redes sociais, eu vi que havia esses perfis em outras cidades. Começamos a postar pontualmente e em oito meses já tínhamos cerca de oito mil seguidores, e eu chamei o meu primo Christiano para fazer postagens. Depois de um ano, nós dobramos o número de seguidores e estamos mais assíduos nas publicações, e os resultados estão surgindo com mais comentários e curtidas”, acrescenta.
As publicações se tornaram um hobby também para o advogado Chistiano, que confessa que já gastava boa parte do seu dinheiro comendo em restaurantes. Ele já seguia o perfil, antes mesmo de saber quem fazia as postagens. Assim que começou a publicar suas indicações, ele teve a ideia de criar uma marca, importante para dar uma identidade ao perfil que crescia a passos largos.
Com as visitas frequentes aos restaurantes de várias especialidades, padarias, lanchonetes, bares e hamburguerias, o olhar deles foi mudando e passou a ser mais minucioso em relação ao conjunto e serviços de locais que trabalham com comida e bebida na cidade.
“Hoje em dia, eu peço sempre para visitar a cozinha e passamos a entender as dificuldades, a quantidade de pessoas que estão lá trabalhando é grande. Tem muitos empresários que reclamam pra gente de alguns problemas, como os fornecedores”. Mas sempre mantendo o foco nos seguidores. “Muitos restaurantes abrem a página no Instagram e não atualizam com fotos, não colocam endereço, telefone e a gente pesquisa e acaba descobrindo e repassando as informações aos seguidores e principalmente os valores”, completa Duailibe.
Hoje, eles têm cerca de 200 mil visualizações por semana, boa parte dos seguidores tem idades entre 25 a 34 anos e a maioria são mulheres (63%). No futuro, eles pensam em ampliar e profissionalizar a atuação.
“A visibilidade hoje está bem maior. Eu não sabia que ia ter tanto retorno dos estabelecimentos, das pessoas que trabalham com alimentos para fins comerciais solicitando a nossa avaliação, para testar o produto deles. Muita coisa a gente não escreve no Instagram, somos sinceros e falamos direto para o dono do local, até para não sermos chatos. Depois, voltamos para saber se algo mudou. Pensamos em ter um blog, que só não este ativo hoje por conta da regularidade das postagens e precisamos ter esse foco para ter algo mais profissional”, pontua Silva.

Cozinha com intimidade
Sem pretensão de fazer sucesso entre os seguidores, o casal Fernando e Paloma Bayma sempre gostou de mostrar um pouquinho da rotina nas redes sociais. As fotos de comidas, drinques e aventuras na cozinha eram as mais curtidas e comentadas, até que eles pensaram em fazer um perfil para compartilhar as experiências gastronômicas na cozinha do apartamento onde moram. A iniciativa deu tão certo, que hoje o funcionário público e a estudante de engenharia têm quase cinco mil seguidores. O alcance aconteceu com poucos meses em que o perfil no Instagram foi criado. Uma pesquisa nos perfis que já existiam sobre o tema foi essencial para eles criarem uma identidade.
“Na véspera do nosso casamento, a gente pensou em fazer algo diferente. Por conta dos gastos com os preparativos, íamos fazer comida em casa por um período e criamos o perfil. A gente tem o prazer em fazer comida e mostrar a nossa rotina”, acrescenta Fernando.
Viagens do casal, idas aos restaurantes, as preparações feitas em casa e receitas, inclusive as repassadas pelos seguidores, tudo é postado no perfil do Nossa Cozinha PF – Paloma e Fernando. O casal admite não ter a pretensão de fazer avaliação dos restaurantes que visitam, mas de mostrar para as pessoas que elas podem fazer em casa as receitas indicadas e que eles são apenas fiéis amantes da boa gastronomia. “Ao pesquisar os outros perfis, nós percebemos que eles tinham o intuito de analisar os lugares e nós não queríamos isso, mas, sim, mostrar as nossas preparações em casa e, quando a gente saísse, fazer as postagens”, afirma Paloma.
A cozinha do casal é uma espécie de laboratório onde os dois adoram testar receitas e receber convidados, sejam eles chefs ou não. A iniciativa que, de acordo com Paloma, também aconteceu sem pretensão, foi um atrativo a mais para os seguidores. “Um amigo nosso que fazia bolo foi o primeiro convidado. Eu comentava com ele que não sabia fazer bolo e ele se propôs a me ensinar e foi aí que eu convidei ele para fazer na minha casa, gravar e publicar. Adoramos a ideia e, aos sábados, nós recebemos uma visita e algumas pessoas nos procuram para fazer as receitas”.
As publicações se tornaram um hobby, a atividade uniu mais ainda o casal. A intenção no futuro é montar um blog e canal de YouTube com os vídeos dos preparativos de receitas, dicas e a rotina no mundo gastronômico, para expandir a rede de atuação, mas eles confessam que não vão deixar de lado a vida profissional. “A nossa prioridade é a carreira. As publicações sobre gastronomia são um hobby que nós pretendemos manter, porque somos felizes fazendo as postagens. É um passatempo, que distrai, conversamos muito e desafiamos um ao outro na cozinha”, finaliza Fernando.
Foto: Karlos Geromy

Comida e interação
A universitária de Engenharia de Petróleo Adriana Lobato e o estudante de Direito Pedro Henrique são namorados há mais de três anos e, além do sentimento que têm um pelo outro, eles compartilham o mesmo gosto pela comida. Adriana confessa sem medo que sempre apreciou uma boa comida, a começar pelos olhos, analisando o modo de servir e apresentação do prato e, só depois, degustando-o.
Foi dela a ideia de criar o perfil gastronômico Deu Fome São Luís, há quase um ano, que tem pouco mais de cinco mil seguidores. A intenção comum a todos os demais perfis nesse estilo é publicar informações sobre os lugares que visitam e os valores, para que as pessoas assim como eles e que não conheciam ainda um pudessem visitar. “Eu costumo falar que comida é uma obra de arte e por isso eu adoro tirar fotos. Antes eu publicava no meu perfil particular e depois eu percebi que nem todos gostavam e foi aí que decidi fazer um perfil a respeito dos lugares onde comer em São Luís. Assim como eu, muitas pessoas têm o interesse de saber valores, especialidades e se vale a pena ir ou não”.
Pelos menos duas vezes por semana eles comem fora, mas nem tudo é postado, porque em raras situações eles não gostam do que foi servido, a foto não ficou boa ou esqueceram de fazer o registro antes de comer.
O retorno dos seguidores vem sempre na sequência de uma foto publicada. E se por algum motivo os administradores do perfil esquecem de publicar o preço, logo aparecem as perguntas sobre. A informação é considerada extremamente necessária, porque quebra a ideia que muitos têm a respeito de alguns estabelecimentos, no que diz respeito aos valores cobrados pelos pratos. “Eu acho interessante quando perguntam, porque às vezes elas não vão aos locais porque não sabem se é acessível e estão dentro do valor que pretendem gastar”, pontua.
A interação é um forte da dupla, que sempre pede sugestões na internet sobre um novo local para visitar. Os convites para degustação e sorteios de produtos de marcas da cidade já fazem parte da rotina e ajudam a aumentar o número de seguidores.
O prazer em comer e falar sobre os pratos está motivando Adriana a fazer um curso de confeitaria e Pedro, de gastronomia, em um futuro breve.

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